As duas primeiras semanas da greve dos técnico-administrativos
da UFSC foram de crescimento das paralisações, afinal, sempre tem muita gente
que fica esperando para ver como as coisas vão se comportar. Esse ano já foi
possível verificar um bom fortalecimento da mobilização, uma vez que muita
gente que estava em cargos da reitoria anterior agora aderiu à greve. Também se
observa uma participação massiva dos novos trabalhadores, que entraram nos
últimos concursos, uma gente mais jovem e cheia de gás, querendo entender o que
acontece com a sua vida laboral. As assembleia são cheias, como há muito não se
via.
Na segunda semana a reitoria colocou um bode na sala tentando
garantir a abertura do Restaurante Universitário só com os trabalhadores
terceirizados. A categoria reagiu e ocupou as instalações do RU. Também alguns
grupos organizados de estudantes, ligados a grupos conservadores e de direita,
com a parceria de outros estudantes isolados, entraram no RU intimidando os
trabalhadores exigindo a abertura do restaurante. Foi um momento tenso, mas que
acabou sendo contornado pelos grevistas. Uma vez que eles iam explicando as
razões da greve, os estudantes que estavam na onda, compreenderam e saíram,
enfraquecendo o grupo organizado.
Dias depois, a reitoria realizou nova reunião com o sindicato
e os estudantes e se deparou com o DCE apoiando a luta dos trabalhadores. Teve
de dar outra solução para sua promessa de garantir alimentação. Por outro lado,
os trabalhadores decidiram dialogar com os estudantes realizando um sopão
coletivo nessa segunda-feira. De qualquer forma, os fatos envolvendo os
estudantes e o RU deram um gás no movimento, pois serviu para unificar ainda
mais os trabalhadores.
Na semana que inicia, além do sopão conjunto, já está
marcado um ato unificado com os demais trabalhadores federais públicos para
quinta-feira. Amanhã, terça-feira, tem assembleia geral e os trabalhadores vão
discutir o documento encaminhado pela Associação dos Trabalhadores de Nível Superior
(ATENS) ao governo federal, buscando negociar isoladamente seus salários, desconhecendo
a greve dos colegas. Tema que promete.
Nenhum comentário:
Postar um comentário