Alzheimer/Velhice

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O correio e a privatização

O correio sempre foi uma instituição crível. As pessoas confiavam que, mandando uma carta, ela chegaria, com certeza. Mas, agora, com todo esse processo de privatização, mandar uma carta talvez não seja mais possível. Tudo é feito para que o "cliente" use o serviço de sedex, que é caríssimo. A ver. Uma carta simples, para Brasília, custa 1,50. Se for registrada, pode chegar a cinco reais, mas vai demorar para chegar. O sedex custa 33 reais e chega no dia seguinte.


Outro dia mandei uma correspondência para Joinville, cidade vizinha de Florianópolis. Pois a carta saiu da ilha no dia 07 de novembro e até hoje não chegou. Fui reclamar no correio e me disserem que: É, pode acontecer. Mas com o sedex não.


Aí então entendi a jogada. Todo o processo de demora das correspondência e até a não entrega faz parte do mesmo velho modelo de desmonte das empresas públicas. Primeiro se desacredita, depois se vende para que o dono privado possa encher as burras. Isso foi bem visível durante a greve dos trabalhadores. Parou tudo, menos o sedex. E por quê? Porque já é um serviço privatizado dentro dos correios.


Um dos atendentes chegou a me dizer que, agora, as pessoas têm acesso a computador. Não mandam mais cartas. Mas isso não é verdade. Basta ver o programa do Gugu nas tardes de domingo. Existem pessoas nesse Brasil de deus que não têm sequer um real para comer e precisam do "milagre" do apresentador sortear sua carta (logo, mandam carta) para que voltem para sua terra.


O fato é que as pessoas mandam cartas sim, e muito. Principalmente as pessoas empobrecidas que não têm como gastar com "lanrause" ou com telefone. Mas, com esses, quem se importa? Quem está preocupado se suas cartas cheguam ou não? Ao que parece, cada vez mais, só os endinheirados terão acesso à comunicação nesse país.


Às vezes bate um desânimo...

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