Alzheimer/Velhice

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Minha alma caipira


Desde pequena minha vida foi embalada pela viola caipira. Coisa inusitada, já que morava no interior do Rio Grande. É que o meu pai tinha um profundo amor por essa cultura do homem do interior, e tanto que criou um personagem na rádio Fronteira do Sul, onde trabalhava. Era o Nhô Zé, um caipira que reunia histórias e causos da vida do campo, mescla de gaudério e tropeiro. E foi com ele que aprendi a amar esse som que toca a alma da gente e nos remete ao interior de nós mesmos. A viola, a toada, o repente, a catira, o cateretê, ritmos que brotam do mais profundo sentimento das gentes.


Um desses mestres da música caipira que eu aprendi a amar é Adauto Santos. Cantor, compositor, violonista e violeiro dos bons. Mesclava a MPB com a música caipira e era capaz de contar lindas histórias como a que narra na canção “Triste Berrante”, um hino dos boiadeiros. Um lamento contra o desenvolvimento sem coração!...


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