Alzheimer/Velhice

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Eu voto no Irineu



Sou uma dessas pessoas que tem o privilégio de amar o que faz. Coisa rara. E ao amar o trabalho que realizo, acabo também amando o lugar onde isso é possível: a universidade federal. Por isso, quando chega o tempo das eleições para reitor eu trato de me posicionar. Porque acredito que é assim que tem de ser. E, apesar de esse ano ser o ano mais estéril no que diz respeito à política universitária, eu não tive muitas dúvidas em definir o meu voto. É do Irineu. Resta agora dividir com vocês as explicações.


Muitas são as coisas que ouço pelo campus com relação aos candidatos. Principalmente sobre o Irineu. Uns dizem que ele é cria do rodolfismo, essa nefasta forma de fazer política, marca do Rodolfo Pinto da Luz, de fomentar a prática do favor. Pode ser que seja. Mas, mesmo aqueles que nascem nas piores famílias podem se transformar e caminhar para estradas mais interessantes. Lembro-me do meu querido amigo Assis, que fazia sua autocrítica: “eu já fui da direita, elaine. Não sou mais”. E era verdade. Foi um dos mais aguerridos lutadores dessa universidade. Inesquecível, com sua pasta marrom, a desenterrar números, dados e índices.


Outros dizem que o Irineu tem um projeto pessoal de ser reitor. E eu rezo a deus que sim, que isso seja mesmo verdade. Porque é óbvio que é preciso ter um projeto pessoal para se colocar nessa difícil tarefa. Imagino também que os demais candidatos tenham o mesmo projeto. Porque seria diferente com o Irineu? Ele é um homem sério, dedicado que sempre teve um sonho: o de ser reitor do lugar que ele mais ama, que é a universidade. Acho isso uma qualidade rara e não um problema. Ele tem se preparado para isso toda sua vida. É bonito de ver. Não é qualquer um que assume isso, com verdade e firmeza.


Mais alguns dizem que a candidatura do Irineu não nasceu da discussão coletiva. Aí está uma meia verdade. Nasceu sim, da discussão coletiva de um grupo que nunca deixou de pensar a universidade, escrevendo sobre seus problemas, propondo, elaborando. Não veio da massa, é fato. Mas qual das outras veio? E como poderia vir se as categorias de trabalhadores andam tão desmobilizadas, assim como os estudantes a pensar apenas sobre seus problemas mais imediatos.


Pois o Irineu, para mim, reúne muitas virtudes. Foi um trabalhador técnico-administrativo exemplar, um chefe justo, um companheiro presente, e hoje é um professor dedicado. Na última campanha para reitoria, quando Nildo Ouriques era candidato, esteve na luta pela mudança, assumiu as propostas construídas coletivamente pelo grupo que, com Nildo, queria tornar real uma universidade nova, livre, participativa. Hoje, quando ele assume para si essa tarefa, e incorpora as propostas que há quatro anos nos seduziram, não há dúvidas sobre o que escolher.


Eu voto no Irineu, porque quero mudanças. Irineu é sério, é honesto, é competente. Ele sabe como fazer para mudar a UFSC. Não será perfeito, é claro, ninguém o é. E Nós estaremos aí, cobrando e exigindo o cumprimento das promessas. E será uma beleza ver um dos nossos na direção da UFSC, ah, isso será!

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