A cidade deveria existir para as pessoas. Ser lugar de encontro, de contemplação, espaço de partilha generosa e cooperativa. Mas, o que se vê, hoje, é que a cidade é só um lugar onde se passa. Não há tempo para se deixar ficar. É a cidade capitalista, sem qualquer humanidade. Florianópolis é assim. Lugar de carros, de gente que cruza apressada em direção a algum centro de compras. Nas duas principais ruas do centro, que viraram calçadão, a vida se mostra, em riqueza. Mas quase não se pode ver. Porque ali é o espaço da pressa, da ligeireza, da azáfama da compra, do grande afã pelo nada a ver.
Até há alguns anos ainda havia a possibilidade de a gente ficar sentada no Ponto Chic, quando existiam aquelas mesinhas de lata vermelha. Tomava-se uma cerveja, lia-se um livro e ficava-se a observar a correria desenfreada dos “consumidores”. Hoje não há nem isso. Nas ruas do centro há dois bancos em frente ao insuportável Mc Donalds, umas poucas mesas em frente ao Bobs, e pronto. E são lugares para o consumo, alienígenas. Nenhum espaço para descansar ou simplesmente ficar a olhar o movimento. Pois eu reivindico bancos nas ruas.
Outro dia estive em Montevidéu e o que vi me deixou pasmada. Por todas as principais ruas do centro abundam os bancos. Estão em toda a extensão da via. E, as pessoas podem ficar por ali, sentadas, sentindo a brisa, tomando sol, sorvendo o chimarrão, ou apenas olhando a vida passar. No final da tarde vêem-se famílias inteiras sentadas nos bancos enquanto a cidade segue o seu ritmo. As pessoas compram coisas, mas também se deixam ficar. É uma outra cadência. A vida não é um frenético comprar. E isso transparece também nas bancas da Praça da Matriz, nas quais pessoas mais velhas vendem coisas antigas. Colheres de prata, baixelas da década de 30, coisas sem nenhuma serventia, objetos de arte.
E aquilo ali é um adorável e tranqüilo mercado, no qual os que vendem e os que compram se conhecem. As pessoas se demoram vasculhando bugigangas em meio a uma imensidão de coisinhas, bibelôs, tralhas e belezas. A vida é lenta sob a fresca das árvores. Um sorvete, um descanso no banco. A cidade de Montevidéu é uma cidade para se viver.
De volta a minha amada Florianópolis era isso que eu queria ver. De novo os artesãos lá na Praça XV, como antes, tocando suas flautas, com seus badulaques e a gente rodando a praça mil vezes, olhando, tocando, sentindo, cheirando. Queria que pudessem existir bancos por toda a extensão da Felipe e da Conselheiro. Para que a gente pudesse ficar, a larga, observando a vida passar no corre-corre do dia. Lugares para simplesmente estar, sem a obrigação de consumir. Espaços de vivência, de esperas, de lentidão.
Eu reivindico uma cidade que tenha bancos esparramados pelas ruas, e árvores frutíferas, e sombras, e música. Uma cidade para as pessoas!
Até há alguns anos ainda havia a possibilidade de a gente ficar sentada no Ponto Chic, quando existiam aquelas mesinhas de lata vermelha. Tomava-se uma cerveja, lia-se um livro e ficava-se a observar a correria desenfreada dos “consumidores”. Hoje não há nem isso. Nas ruas do centro há dois bancos em frente ao insuportável Mc Donalds, umas poucas mesas em frente ao Bobs, e pronto. E são lugares para o consumo, alienígenas. Nenhum espaço para descansar ou simplesmente ficar a olhar o movimento. Pois eu reivindico bancos nas ruas.
Outro dia estive em Montevidéu e o que vi me deixou pasmada. Por todas as principais ruas do centro abundam os bancos. Estão em toda a extensão da via. E, as pessoas podem ficar por ali, sentadas, sentindo a brisa, tomando sol, sorvendo o chimarrão, ou apenas olhando a vida passar. No final da tarde vêem-se famílias inteiras sentadas nos bancos enquanto a cidade segue o seu ritmo. As pessoas compram coisas, mas também se deixam ficar. É uma outra cadência. A vida não é um frenético comprar. E isso transparece também nas bancas da Praça da Matriz, nas quais pessoas mais velhas vendem coisas antigas. Colheres de prata, baixelas da década de 30, coisas sem nenhuma serventia, objetos de arte.
E aquilo ali é um adorável e tranqüilo mercado, no qual os que vendem e os que compram se conhecem. As pessoas se demoram vasculhando bugigangas em meio a uma imensidão de coisinhas, bibelôs, tralhas e belezas. A vida é lenta sob a fresca das árvores. Um sorvete, um descanso no banco. A cidade de Montevidéu é uma cidade para se viver.
De volta a minha amada Florianópolis era isso que eu queria ver. De novo os artesãos lá na Praça XV, como antes, tocando suas flautas, com seus badulaques e a gente rodando a praça mil vezes, olhando, tocando, sentindo, cheirando. Queria que pudessem existir bancos por toda a extensão da Felipe e da Conselheiro. Para que a gente pudesse ficar, a larga, observando a vida passar no corre-corre do dia. Lugares para simplesmente estar, sem a obrigação de consumir. Espaços de vivência, de esperas, de lentidão.
Eu reivindico uma cidade que tenha bancos esparramados pelas ruas, e árvores frutíferas, e sombras, e música. Uma cidade para as pessoas!
Oi Elaine!
ResponderExcluirconcordo e apoio sua idéia!
Está faltando essa simpicidade nas cidades e nas pessoas!
Abraços,
Ludi.