Alzheimer/Velhice

sábado, 25 de outubro de 2008

Quem se importa?

Por Thiago Mendes

Democráticas, as decisões são tomadas em nível global, embora por apenas alguns paises envoltos de suas siglas tão repetidas.
FMI.
Banco Mundial.
Conselho de Segurança.
OMC.
...
Somos fantasticamente tão democráticos que os mesmo países que vendem as armas de guerra, velam por nossa paz mundial.

Fome; são tantas as crianças que morreram e morrerão por ela. Mas não perca o horizonte e não cometa o erro de crer que a mesma é uma doença do capitalismo...Muito pelo contrário, pois é seu sinal de saúde e prosperidade.
Salute!

Um brinde elegante aos novos escravos da Hellmedia.
Tv
Internet.
Jornais.
Terra para poucos.
Televisões para muitos.
Ontem senhores de terra
Hoje, senhores das tvs.
Tão desiguais como pode ser um sistema que não conhece o igual e inventa uma perniciosidade disfarçada de liberdade.
Liberdade não se compra, se conquista.
Ao menos os escravos do passado sabiam disso!

Money; eis a diferença entre ele e aquele.
Isso poderia ser um slogan para comercial.
O triste é perceber que faz parte da nossa realidade virtual.
Por sorte em muitos lugares a cor da nossa pele é menos reluzente do que a das verdinhas da carteira. Claro, em alguns lugares, pois em outros...

Quem se importa?

Virtual; condicionados a um mundo cada vez menos físico. A vida não começa aos trinta, mas se tu não tiver um computador talvez ela nunca comece mesmo.
Interligados, povos e línguas diferentes, uma verdadeira Aldeia Global. Como tribos antigas olham para o grande mar e não crêem nas caravelas que aos poucos se aproximam.
Ilusões!
Conforme a trágica vida dos explorados em todo mundo para que a máquina da pseudofelicidade continue.
O circo não para!
As Caravelas se aproximam.
Exploradores e explorados.
O resto... Quem se importa?

Modernos; a tal ponto que água potável não pode ser algo essencial, mas uma rede de celulares sim.
Cobertura total!
Onde falta banheiro!
Descontos incríveis!
Água potável?
Afinal problemas de esgoto, água limpa e afins.
Você falou em cólera?
Inventemos uma vacina!
Laboratórios prontos para patentear suas novas drogas.
Vendê-la. Mil vezes mais caro que o custo do saneamento.
Somos modernos.
Somos esbanjadores.

“O nosso século que tanto fala de economia é um esbanjador: esbanja o mais precioso, o espírito.”
Nietzsche.

Curemos populações enfermas, mas antes testemos em outras populações inteiras...Quem liga? Vai ser bem longe...Num lugar chamado África.

Quem se importa?

Entretenimento. Paguemos para sermos vigiados e cada caso seja um espetáculo. Banalizemos a violência, usaremos muitos números.
O pobre não sabe matemática.
Gosta de mandioca.
Ignore a sentença...Você é capaz!

Cultuemos os ídolos. Acendendo velas para assistir suas novelas de sangue nobre.
Exigiremos noticias diárias de suas vidas!
Escutaremos santos capazes de nos salvar desse inferno.
Mas tudo tem um preço, veiculado no produto.
Não se preocupe, você quase nunca percebe!
Você é capaz!

Abriremos os livros da salvação. Esses jornais onde a noticia é fresca mesmo que a carne esteja podre. A verdade repetida todos os dias.
A verdade deles!
A verdade daqueles!
A nossa ... Realidade não existe, ou carece de coisas divertidas.
Iremos ao shopping!

Crianças!
Peçam tamanho duplo e ganhem um brinde confeccionado por mãos de outras pequenas crianças, tudo bem, tudo bem é bem longe...Honduras ou China.

Quem se importa?

Dançando e pulando em datas festivas.
Feriados!
Dia do índio.
Índios.
Como aqueles que algum jornal horário caro vai afirmar que invadiram as nossas terras.
Terras brasileiras.
Empresas estrangeiras.
Índio burro!

Que não sabe ler nas cercas ... Propriedade privada!

“O primeiro que tendo cercado um terreno se lembrou de dizer: -Isto é meu-, e encontrou pessoas bastante simples para o acreditar, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não teria poupado ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou tapando os buracos, tivesse gritado aos seus semelhantes: "Livrai-vos de escutar esse impostor; estareis perdido se esquecerdes que os frutos são de todos, e a terra de ninguém”
Rousseau

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