Homenagem a Adenilson Teles
Eu partilhei de toda luz
Vi crescer, devagar e segura
Na sala de aula.
Menino fazendo-se homem,
Homem se fazendo jornalista.
Tinha o texto afinado
E o compromisso com as vítimas,
Sempre...
Nunca ficou alheio à luta.
Deu o seu melhor,
Na política, na vida.
Escolheu a margem menos segura
A dos oprimidos
Dos desvalidos, os seus.
Com eles caminhou
Na rádio, na rua, no compromisso.
Tinha a voz potente, de locutor
Arauto de sonhos e esperanças.
Os olhos clarinhos
Derramavam a ternura mais profunda.
Lembro do seu riso a beira do Rio Branco
Nos confins do Brasil
Quando esperávamos a hora de ver
A Venezuela revolucionária.
Cúmplices!...
Ainda ouço os seus desejos,
Na fulgurante Caracas,
De um jornalismo bonito, libertador
De vida digna, de lutas limpas.
Agora ele se junta ao grande mistério
Não mais corpo, não mais riso.
Mas, certamente, presença
Porque a morte é só um portal
Para o esperado ainda-não.
Para a plenitude, a saciedade.
Fica a saudade, grande...
E a certeza de que vives
Em cada passeata,
Em cada emissão da radio comunitária
Em cada vitória dos trabalhadores!
Em nós.
Voa livre, menino...
Até o grande encontro...
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