Alzheimer/Velhice

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

A materialidade da vida


Quando várias entidades de jornalismo e de comunicação começaram a defender a tributação dos big datas ou mesmo a regularização das mesmas, tratei de alertar para uma coisa básica: estas empresas, absurdamente gigantes, não têm qualquer compromisso com a verdade ou com o respeito à informação veraz. São grandes negócios que buscam apenas o lucro. Taxá-las ou regulamentá-las não resolverá, no mais mínimo, o problema que representam, de serem oligopólios mundiais. Claro que a crítica ficou no vazio, ou ignorada ou criticada com as fórmulas remoídas: ah, esse povo do contra... Tudo isso porque a ação das Big Datas se dá em cima de pessoas comuns, gente sem grande destaque. Mas, quando algum influencer – seja lá o que isso seja – é atacado, as entidades se mobilizam para criticar a ação das plataformas. Insisto: não há saída enquanto formos dependentes destas plataformas. Não há nada a fazer. Quando eles quiserem apagar nossas páginas, o farão. Quando quiserem nos calar por um dia, dois, um mês, um ano, o farão. Eles são os proprietários do negócio. 

Lembro quando Hugo Chávez iniciou sua batalha pela soberania comunicacional, buscando produzir satélites venezuelanos para garantir a comunicação e pensar outras formas de colocar a Venezuela no caminho de uma autonomia nesse campo, todo mundo o chamava de louco, de censor, e de tudo mais... Mas, o que ele queria era justamente isso: não deixar o povo venezuelano refém desses empresários que dominam a comunicação no mundo. Infelizmente não conseguiu avançar, sempre acossado pelo império.

A tecnologia está aí, ao alcance da mão. Porque não temos nossas próprias plataformas? Por que não buscamos uma soberania comunicacional? Este é o ponto. 

Podemos fazer campanhas pela volta dos perfis bloqueados, e eles voltarão... Só que também serão tirados do ar de novo, e de novo e de novo.. porque essas plataformas não são controladas por nós... 

Essa lógica de luta pela humanização do capital é realmente cansativa. Quando retomaremos a luta mesmo? 



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