Miriam tem essa veia, da criadora de coisas, agitadora. Ela é como uma cornucópia, sempre jorrando ideias de textos, artigos científicos, projetos. Não para quieta um minuto. É como se sua cabeça fosse uma enorme galpão, com inúmeras e variadas oficinas, aonde ela vai construindo, lapidando, moldando. E dela sempre saem belezas.
A gente se conheceu quando ela foi trabalhar no Sintufsc e eu era diretora por lá no começo dos anos 2000. Queríamos, Raquel e eu, uma jornalista que estivesse disposta a fazer jornalismo de verdade, sem se acomodar no sindicalês. E ela se mostrou perfeita. Em pouco tempo já comandava com segurança a comunicação do sindicato, sempre com alguma ideia inovadora, fora da caixa. Chegou a fazer, sozinha, um jornal sobre São Francisco do Sul que planejava a instalação da empresa ArcelorMittal Vega através de parceria publico-privada, com investimentos públicos que beneficiaram grandemente a empresa e tornavam a cidade refém. Uma maravilha aquele jornal.
A Miriam é como um dínamo, sempre girando. Assim fez seu mestrado, focado na farsa do desenvolvimento sustentável e o papel do jornalismo nesse engodo. Depois seu doutorado, discutindo a cidade. E segue estudando em pós e pós e pós doutorados, porque tem sempre uma pergunta inquietante a lhe queimar os miolos. É estudiosa e metódica. No meio disso tudo ela ainda faz seu trabalho no sindicato e mais umas trocentas outras coisas que toca em diversas parcerias. Jornalismo, meio ambiente, cidade, moradia, plano diretor. Pensa a cidade. Pensa o jornalismo. Faz livro, faz vídeo, organiza debates. É parceira de longas conversas teóricas e de projetos alucinantes, que nos esgotam forças e plata. Mas, não descansa. E eu a sigo em tudo que propõem porque gosto de caminhar com ela, de partilhar de sua imensa luz.
Nesta sexta ela recebe esta distinção e eu agradeço aos queridos amigos do Desacato por isso. Porque homenagens precisam ser feitas em vida, para que a pessoa saiba e sinta o que significa para o grupo onde está inserida. Parabéns minha adorável amiga, trem bala que desembesta e envereda por todos os caminhos, abrindo frentes, descortinando horizontes. Tu mereces esse carinho e esse reconhecimento.
Te amo, sua pobrezita nojenta! Minha eterna Scully dos cabelos vermelhos...
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