Por outro lado, mesmo nesse contexto de perdas, há momentos que são de uma alegria estelar. Um deles é o momento de tirá-lo da cama. Espio na janela para ver se ele já acordou. Ele acorda devagar. Fica um tempão brincando com as cobertas. Quando, por fim, ele meio que senta na cama vejo que é hora de eu entrar em ação. Então, eu abro a porta do quarto, cantando: “bom dia, seu Tavares, o sol já nasceu lá na fazendinha”... E ele me olha, dando uma baita risada. Ele me reconhece. Provavelmente não como filha, mas como alguém em quem ele pode confiar. Ele se alegra e se agita, pronto para levantar.
Esse momento, esse único momento já vale pelo dia inteiro. Sei que muito pouco posso fazer por ele no que diz respeito à doença. Mas, tenho completa certeza de que ele sabe e sente que faço tudo o que é possível para que ele passe esse tempo na felicidade. Vejo isso também quando chego do trabalho. Eu ponho a cara na porta e digo: “cheguei, meu broto”. E ele abre o sorrisão, como a dizer “que bom!”. E nos sintonizamos na alegria.
Cuidado e carinho é tudo o que é preciso...