Alzheimer/Velhice

domingo, 20 de maio de 2018

Que viva o Dragão do Mar



Foi do Ceará que saiu o grande Francisco José do Nascimento, uma dessas criaturas que precisam sempre ser lembradas, Nascido em canoa Quebrada no ano de 1839 ele foi um dos mais importantes abolicionistas no Ceará, estado que foi o primeiro no Brasil a acabar com essa vilania em 1884. Lá, o movimento abolicionista surgiu em 1879 e a luta foi sistemática e intensa. 

Dentre os lutadores pelo fim da escravidão assomou um jangadeiro humilde, negro, naqueles dias conhecido como Chico da Matilde. Ele, bem como seus colegas, se recusava a transportar de e para os navios negreiros, os escravos que eram vendidos para o sul do país. Com esse movimento que acabou encerrando o tráfico no estado ele causou o maior rebuliço no Ceará, chegando a estampar as capas dos jornais da época. 

Por conta de sua valentia no enfrentamento com os escravistas ele acabou virando um símbolo da luta contra a escravidão e chegou a ser levado para a corte, com sua jangada, desfilando pelas ruas e sendo saudado pelas gentes. Ficou então conhecido como o “dragão do mar”. 

Em 18 de julho de 2017, o nome de Francisco José do Nascimento foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, que se encontra no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, em Brasília, em virtude da Lei Nº 13.468/2017.

É a ele que a música de João Bosco e Aldir Blanc se refere, quando conta a história de outro negro do mar: João Cândido, o líder da revolta da Chibata. Ele seria o dragão do mar reaparecido. 

Viva Francisco José do Nascimento, o dragão do mar!