Alzheimer/Velhice
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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
A praça e o carnaval
Passei pela Praça XV hoje e pasmei. A praça está toda cercada com tapumes. Como assim, o que é isso? Perguntei pra toda gente que por ali fica. É pra proteger do carnaval. Oi? Proteger do carnaval? Como assim? Pasmei, pasmei total. Houve um tempo em que a praça era das gentes. A praça era espaço de brincadeiras, de folia. A praça iluminada. A praça com seus banquinhos onde a gente podia dar um malho nos gatinhos.
Agora, o carnaval virou o que? Festa de vândalos? Cada dia que passa a rua vai sendo tirada da gente. Não há espaço de parada, de conversa, de nada. É só um corredor por onde passamos apressados para a próxima compra. E a praça dos namorados, agora é das empresas, que, em nome de proteger vão tirando ela de nós. A praça clinicamente limpa. Pra quem? Ah, mas fica toda suja no carnaval. Ah, mas tem gente que destrói. Bom , essa é a vida... Tem gente de todo tipo. E as coisas sujam.
Agora, por conta disso tiram a praça de nós? Caralho. Não podemos aceitar. Tiraram da praça o carnaval, tiraram os blocos de sujo, tiraram a beleza e agora nos dão tapumes? Vão para o inferno todos esses que nos privam da vida da cidade. Vão para o inferno. Embora o melhor mesmo fosse que a gente mesmo, em rebelião, os mandasse para lá.