Alzheimer/Velhice

sábado, 12 de março de 2011

Quem é o dono da idéia...

Produção em Cadeia: quem é o dono da ideia?

Produção em Cadeia é um documentário realizado por três amigos como TCC para o curso de jornalismo, na PUC de São Paulo. João Mello, Maurício Kenji e Victor Marinho, pesquisaram, gravaram entrevistas e colocaram em debate um assunto bem atual e que por ventura, essa semana voltou a ser a bola da vez: os direitos autorais. "Quem é o dono da ideia? Até onde a internet subverte o sistema? Fazer música é crime? Ouvir música é crime? Cobrar é crime? A música é tangível ou intangível? A música é um produto? O que é ilícito? Por que é ilícito? Pra quem é ilícito? MP3 dá câncer na orelha? Uma música é feita pra que? Daonde veio a ideia? Pra onde vai a ideia? Até onde ela tem permissão pra ir? Existe propriedade intelectual? O que motiva as leis? O que motiva os crimes? Quais contradições são eternas? O direito autoral protege o artista? Protege de quem? Quais contradições acabarão nos próximos 100 anos? Quem copia de quem? Quem cola de quem? A criatividade tem preço? A criatividade tem começo?
Veja o vídeo


Produção em Cadeia from Produção em Cadeia on Vimeo.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Wikileaks - Brasil... as relações perigosas dos jornalistas

Num trabalho coordenado pela jornalista Natalia Viana, da Carta Capital, estão sendo divulgados, via blogs independentes, as notícias capturadas em nível de Brasil. Vejam alguns dos achados. Este foi buscado por Miguel do Rosário, do blog "Gozum".

William Waack, da Globo, aparece nos telegramas

Após horas mergulhado nos telegramas da embaixada e consulados norte-americanos sobre as eleições 2010, finalmente encontrei mais algumas pérolas. Um outro personagem da mídia aparece com destaque: William Waack!

Antes de prosseguir, evitemos uma injustiça. Embora seja um pouco estranha a preferência dos diplomatas americanos por encontros exclusivamente com políticos e jornalistas de oposição, não há, nos bilhetes, nada que indique, por parte dos diplomatas ianques, ações concretas para beneficiar os tucanos. Não nessa safra de telegramas, ao menos. Quer dizer, há ações políticas bem claras, mas perfeitamente compreensíveis para políticos francamente conservadores como são os diplomatas norte-americanos. Eles não fingem ser de esquerda. Ao contrário, monitoram permanentemente os movimentos de esquerda nas Américas, como aliás mostram alguns documentos desta mesma safra. E também já sabemos, pelo Wikileaks, que Serra encontrou-se com representantes da Chevron, grande petroleira americana, e prometeu mudar as leis do pré-sal em favor de empresas norte-americanas. Pensando melhor, tiveram ações concretas sim.

O que mais vemos, nesta safra de bilhetes diplomáticos, isso sim, são caciques do PSDB e figurinhas da mídia ansiosos em angariar apoio dos diplomatas imperiais e, com isso, da Casa Branca.

Daí para ganhar doação de algum daqueles bilionários americanos de ultra-direita é somente um passo...

Por falar em Casa Branca, um telegrama da Secretária de Estado, Hillary Clinton, vazado no mesmo pacote, mostra que o governo norte-americano vinha acompanhando atentamente os desdobramentos pre-eleitorais no Brasil. Num recado bem sintético e com um quê de enigmático, Clinton observa que a diplomacia americana no Brasil tem fornecido "excelentes análises sobre a candidata Dilma Rousseff, as quais tem sido usadas para produção de documentos de alto nível para nossos formuladores de política externa".

Mas falemos do sempre sensível e franco William Waack, o âncora que nunca se preocupou em ocultar seu desconforto ao anunciar notícias tristes como queda no desemprego, aumento nos salários e crescimento econômico.

Dois telegramas do Consulado Americano de São Paulo citam Waack. Noprimeiro, o texto afirma que "os críticos mais duros de Dilma Rousseff enfatizam que seus discursos na TV e em público irão matar sua candidatura". Quem falaria isso? Bem, na frase seguinte, aparece um nome...

O jornalista William Waack descreveu para o Cônsul de São Paulo um evento recente em que Serra, Rousseff, [Aécio] Neves e [Ciro] Gomes participaram. Segundo Waack, Gomes foi o mais forte de todos; Neves o mais carismático; Serra um pouco frio e desinteressado, mas competente; e Rousseff a menos coerente.

Todos fortes e bons, portanto, menos Dilma...

Outros críticos, diz o texto, "foram mais sutis, usando porém uma argumentação intuitiva segundo a qual o desejo por continuidade, após anos de progresso e prosperidade, beneficiaria na verdade a José Serra, porque ele é visto por muitos como capaz de seguir melhor os rumos econômicos traçados por Fernando Henrique Cardoso e continuados por Lula."

Daí chegamos a outro nome importante da imprensa brasileira a vaticinar prognósticos triunfantes para José Serra.

Helio Gurovitz, diretor de redação da revista Época, descreveu o Brasil como similar ao Chile, argumentando que a base social do país evoluiu de maneira que iria preferir alternar partidos para manter a continuidade, mais do que deixar um só partido no poder por um longo período (...)

Finalizando esse trecho anti-Dilma, o documento do consulado informa simplesmente que "outros dizem que ela é a candidata errada na hora errada."

A melhor parte, no entanto, vem no telegrama seguinte:

O jornalista William Waack anunciou, num almoço com o Cônsul Geral [de SP] em 4 de setembro [de 2009] que Serra e Aécio haviam selado um acordo, concordando em disputar juntos a eleição, com Serra na cabeça da chapa. Um segundo participante do almoço, o diretor do Instituto FHC Sérgio Fausto, expressou surpresa diante da afirmação de Waack, mas acrescentou que FHC não iria permitir que a rivalidade entre Serra e Neves dividisse o partido.

O redator do consulado encerra o parágrafo concluindo que "uma combinação de Serra e Neves unificaria o PSDB e seria formidável."

O que teria levado Waack a fazer uma declaração tão peremptória ao Cônsul dos Estados Unidos? Ele é jornalista importante, sabe que sua palavra tem um peso especial. Uma hipótese é que a mídia, naquele momento, já havia decidido que Aécio deveria aceitar a missão de ser vice de Serra. Lembro muito bem como a imprensa do eixo Rio-São Paulo deflagrou uma campanha fortíssima (e até mesmo violenta, com sugestões porventura ameaçadoras...) para convencer Aécio. Teria o PSDB se tornado um partido de marionetes da mídia de maneira tão explícita que Waack imaginou que poderia dar por fato consumado aquilo que era apenas um anseio dos cardeais da imprensa de oposição?

Bem, nunca saberemos, a menos que algum repórter corajoso se disponha a perguntar a Waack, embora eu suspeite que este repórter ingressará, imediatamente, numa lista negra e não trabalhará mais para nenhum grande jornal...

Amiga minha sugere que Waack usava essas conversas na Casa Branca para escolher convidados e temas em seus programas de entrevistas no Globonews...

Esses vazamentos mostram que, diante do envolvimento da grande imprensa em articulações políticas com os serviços diplomáticos norte-americanos, a blogosfera é um meio bem mais confiável para divulgação de documentos secretos relativos aos... serviços diplomáticos norte-americanos...

quarta-feira, 9 de março de 2011

Desperdício criminoso de água pura segue sem freio



A água não é coisa para brincadeira não. Existem países no mundo que já sofrem falta deste líquido precioso e que chegam a estabelecer lutas para poder garantir o abastecimento. Pelo menos 17 países do Oriente Médio, sul da África, regiões secas da Índia e China, envolvendo um bilhão de pessoas já não conseguem manter os mesmos níveis de abastecimento que tinham no ano de 1990. Outras regiões, como 24 nações da África Subsaariana, compreendendo 348 milhões de pessoas atualmente, também precisam fazer muito esforço para conseguir água para seus povos. Em muitos destes lugares as pessoas precisam caminhar longas distâncias para conseguir uma lata de água. Segundo previsões de entidades que estudam a questão do abastecimento, em 2025, uma em cada três pessoas correrá o risco de ficar sem água, forçando ainda mais o processo de migração que já é imenso nas regiões citadas. Por isso, chega a causar desespero o desperdício de água pura que se vê na região do Campeche desde dezembro de 2010. Ainda mais quando se sabe que pelo menos 25 mil pessoas no mundo morrem, por dia, por conta da falta ou da má qualidade das águas.

No sul da ilha de santa Catarina, que parece ser a bola da vez dos empreendimentos, desde o final do ano passado que começaram a pipocar novas construções. Mas nada dentro dos limites estabelecidos pelo plano diretor. Alguns dos condomínios, que chegam a ter dezenas de apartamentos, passam do número legal de andares, burlando a lei com andares subterrâneos e os famosos “áticos”. Alguns deles são em cima das dunas, o que mais tarde pode vir a ser um risco para os próprios moradores. Caso não saibam, as dunas são espaços fugidios, que se movimentam e que protegem as costas marítimas.

Muitos destes empreendimentos decidiram aplicar a “lei de Gerson”, levando vantagem. Assim, estão cavando o chão para construir subsolos que devem abrigar garagens, ganhando assim um andar a mais, sem aparentemente desrespeitar o plano diretor. Para isso, precisam drenar a água do lençol freático que, no Campeche, fica praticamente a flor da terra. O sul tem um dos lençóis mais fecundos, capaz, inclusive, de abastecer a região, como acontece atualmente. No Campeche, a água vem da Lagoa do Peri e do aqüífero local. Neste momento, enquanto o leitor passa os olhos por este texto, pelo menos três empreendimentos estão drenando água sem parar, 24 horas, o que significa em torno de 130 mil litros de água pura cada um.

Especialista já advertiram que o rebaixamento de lençol freático pode trazer muitos efeitos negativos para um lugar como o Campeche, que se abastece deste lençol. Esse tipo de ação pode causar sérios problemas para todos os que vivem neste espaço geográfico, tais como: redução da umidade média dos terrenos em volta, provocando a perda da exuberância dos jardins com flores e árvores podendo até secar; perda da vitalidade da vegetação de grande porte que se utiliza da água do lençol; afundamento de terrenos em volta da obra e rachaduras nos pavimentos. Além disso, como as obras estão próximas do mar, a água que escorre 24 horas, caminha para o oceano e depois volta junto com a água do mar, provocando a salinização da água do aqüífero, destruindo a capacidade de abastecimento. É coisa muito séria.

O Conselho Popular do Núcleo Distrital do Campeche – que reúne cerca de 10 entidades - com a parceria do Movimento Saneamento Alternativo e Núcleo Distrital do Pântano do Sul já foi à Procuradoria do Ministério Público Federal, ao Ministério Público Estadual e à Polícia Ambiental. Já encaminharam documento pedindo explicações à Casan (Companhia de Água) e a vários órgãos de meio ambiente locais e eestaduais. Até agora não obtiveram qualquer retorno. Silêncio total. A drenagem das águas subterrâneas acontecem desde dezembro, jorrando milhões de litros de água para o mar afora. A busca por explicações e a falta delas tem levado os moradores a um quase desespero, pois não dá para admitir um desperdício desta magnitude enquanto tanta gente sofre com a falta da água.
Estudos disponíveis na rede mundial de computadores dão conta de que a falta de água no mundo pode afetar, inclusive, a produção de comida, pois a agricultura precisa da água potável numa porcentagem que pode chegar até a 90%, o que significa que o gerenciamento dos recursos hidrícos não pode ficar ao bel prazer de empreendimentos gananciosos que, em nome de uma vista maravilhosa para o mar, oferecida a poucos privilegiados, provocam a destruição de toda uma região.

Em Santa Catarina, o novo secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Paulo Bornhausen, tomou posse no dia primeiro de março dizendo que “uma sociedade só alcançará o desenvolvimento sustentável quando seus integrantes, sejam governos ou cidadãos, compreenderem que sustentabilidade é um conceito mais amplo”. A comunidade do Campeche vai cobrar essa postura do secretário na discussão do desperdício desenfreado da água potável. As entidades querem saber onde estão as licenças ambientais e os estudos das construtoras para que esse tipo de drenagem seja feito. Por que as entidades estaduais e municipais não se manifestam? O que o governo estadual pode fazer para evitar a destruição do lençol freático?

Em nível de Brasil a situação da água tampouco é diferente. No mês de março, as comunidades ribeirinhas e os indígenas que lutam contra a monstruosa construção da Usina de Belo Monte também receberam a informação de que a Agência Nacional de Águas concedeu outorga de direito de uso de Recursos Hídricos à Norte Energia S.A, responsável pela construção da malfada usina no rio Xingu, no município de Altamira, estado do Pará. Com isso, o governo federal igualmente abre as comportas para a destruição daquela região e para o uso privilegiado das águas. Mau exemplo que vem de cima.

Por tudo isso as comunidades do Campeche e do sul da ilha sabem que não é coisa fácil vencer os grandes conglomerados, os megaempreendimentos, que chegam com as bolsas cheias de dinheiro e compram tudo a sua volta, inclusive licenças. Mas, acreditam na mobilização popular e já iniciaram uma grande campanha na região pela proteção dos seus mananciais. Articuladas com as grandes lutas nacionais, as entidades do sul da capital catarinense organizam atividades para o Dia Mundial da Água (22/03), que será celebrado no dia 23 de março (feriado local), numa atividade de esclarecimento e protesto. O Brasil é um dos espaços do mundo que mais água potável tem, mas isso não significa que, em nome do lucro, as empresas possam provocar tamanho desperdício. É hora de as autoridades estaduais se manifestarem já que as municipais simplesmente se omitiram. Vale lembrar que também a Câmara de Vereadores de Florianópolis foi comunicada deste abuso com as águas subterrâneas, mas apenas dois vereadores se manifestaram contra. E, além disso, nada mais foi feito.

terça-feira, 8 de março de 2011

Essas mulheres....

Dolores Ibarruri - la pasionaria... Num mundo de homens ela ergeu sua voz...


É agora ou nunca...

Os empreendimentos continuam a jogar água fora no Campeche. E não só. Também a Casan vem fazendo isso. A comunidade precisa se conscientizar que se isso não parar agora, em breve nossa água vai desaparecer. A água é coisa vital para a vida e o sul da ilha tem um aqüífero importantíssimo. Cada empreendimento desses jorra mais de 100 mil litros de água por dia.

Já fomos à Procuradora Federal, Estadual e na Polícia Ambiental. Nada acontece. Só a luta do povo organizado pode parar esse crime. Todos às reuniões que acontecem às segundas-feiras, lá no Catalina. Esta semana que vem é decisiva!

Veja a água indo pelo ralo. Como não se indignar? Não se iluda. Isso tem a ver com cada um de nós!